domingo, 12 de fevereiro de 2012

Benza Deus!

O grande jurista Alyrio Cavallieri, uma das maiores autoridades do país na questão da criança e do adolescente, hoje retirado da sua missão, é acima de tudo um itabiritense apaixonado. Ele muito carinhosamente enviou estas palavras a respeito do CD "Samba Sambá Sambô" que muito me emocionaram. Agradeço de coração, querido Alyrio.
Thelmo Lins




Prezado Thelmo Lins,

         Não entendo de música, mas gosto muito. Nascido e criado em uma cidade com duas bandas, uma já centenária, clubes com suas orquestras, coros nas igrejas, carnaval com multidão cantando e veio o rádio, o disco, o Teatro Municipal do Rio com sinfonias clássicas, o CD. Tudo levou a ouvir o Samba, Sambá, Sambô de Thelmo Lins, o cantor, e Pirulito da Vila, o compositor, seus músicos e cantores. Se fosse vinil, a agulha já teria furado o disco. E tem até Olavo Bilac e versão inglesa do Bolero, em que o poeta o canta para esquecer a namorada. E vai-se pelas doze faixas, desde a Mercearia Paraopeba com sua originalidade e seu estoque anunciado. Já estou segurando as mãos que teimam em entrar no ritmo.
Quem ousa falar do Samba Democrático? O Toninho, carioca, vende cocada com viagra e, para descansar, vai sambar. O malandro dá água de coco, mas o uisquinho é seu. O sambista garante que tem alguém pior que ele mas a Alvorada do Amor é poema que chega às lágrimas e a seguir quer saber como deve ser para recuperar o amor dela. Nem os santos escapam na lamúria da faixa dez. Mesmo porque o João tem um terno milagroso. E no fim, Pirulito da Vila canta também com o Thelmo o título do CD, a redenção do ritmo, brigando com um granfino que vai ao palácio, mas quando escuta a turma cai na folia e torna-se amigo da turma. Ao final, Thelmo define, em 17 versos soltos rimados, a Amizade. Esse CD vai ficar na história. Benza Deus!
                 
Alyrio Cavallieri*

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