Thelmo Lins e o pianista Danilo Abreu (foto de Mary Lane Vaz) |
Recentemente,
Thelmo Lins foi entrevistado pela Revista Pullsar, via e-mail. Mas as
respostas foram editadas e não reproduziram todas as informações do cantor.
Este blog publica o texto em sua totalidade. Na entrevista, Thelmo Lins fala de
sua carreira, que completa 30 anos em 2013, e seus projetos futuros.
Pergunta: Você completa 30 anos de carreira em 2013,
como foi essa trajetória?
Thelmo Lins: A
marca de 30 anos deve-se ao meu início no teatro, como ator, em 1983. Comecei
pelas mãos da Oficina de Teatro do Pedro Paulo Cava e, em seguida, participei
do Grupo Experimentando o Palco e de várias montagens. Na música, meu primeiro
show solo foi em 1992 (portanto, há 20 anos). Mas somente em 1999, eu produzi
meu primeiro CD, “Nada Será Como Antes – Canções do Clube da Esquina”, ao lado
dos cantores Graziela Cruz, Regina Milagres e Wagner Cosse. Em 2000, gravei o
primeiro solo, “Encontro dos Rios”, que teve a participação especial de Elza
Soares. Três anos depois, veio o CD “Thelmo Lins Canta Drummond”, um trabalho
muito importante na minha carreira, que rendeu prêmios e grandes reportagens em
jornais de circulação nacional (ouça o CD no site www.cantadrummond.tnb.art.br), e
contou com a participação especial de Maria Bethânia. A projeção dos poemas
musicados de Drummond foi o embalo para produzir meu próximo CD, “Cânticos”, ao
lado do cantor Wagner Cosse. No repertório, os poemas de Cecília Meireles
musicados por Fatima Guedes. Todas as canções deste projeto, como o projeto
drummondiano, foram compostas especialmente para nós. “Cânticos” também rendeu
muitas críticas positivas e as participações especiais de Nana Caymmi e Fatima
Guedes. Em 2010, lancei (também com o cantor Wagner Cosse) o infantil
“Trá-lá-lá-lá-li Trá-lá-lá-lá-lá – Poemas Musicados de Henriqueta Lisboa”. O CD
gerou o musical “O menino poeta”, que foi o meu retorno ao meio teatral. A
peça, que estreou em 2010 e ainda está em cartaz, ganhou vários prêmios, inclusive
o Troféu SESC SATED de Melhor Trilha Sonora do teatro mineiro – o que muito nos
honrou. Por fim, em 2011, lancei o meu mais recente CD, “Samba Sambá Sambô”,
que traz no repertório as músicas do compositor Pirulito da Vila, um dos mais
relevantes talentos do samba mineiro. Todos esses trabalhos foram acompanhados
de shows, programas de TV e turnês que viajaram por seis estados brasileiros.
A estreia no teatro, em 1983 |
Com Wagner Cosse, no musical infantil O Menino Poeta |
Pergunta: Quais são as principais influências na área musical?
Thelmo Lins: Acredito
que a maior influência seja Maria Bethânia, uma cantora a quem eu aprendi a
admirar pela qualidade de seu repertório, pela sua postura de palco e em
relação à vida cultural brasileira. Mas também admiro a música popular
brasileira, desde a velha guarda (Elizeth Cardoso é minha cantora favorita) até
os talentos que estão começando agora. Gal Costa, Elis Regina, Caetano Veloso,
Milton Nascimento, Elza Soares, Quarteto em Cy, Gilberto Gil, Tom Jobim, Chico
Buarque com certeza estão nessa lista. Também adoro jazz e sou fã de Tony
Bennett, Liza Minelli, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan... A lista é enorme!
Ultimamente tenho ouvido muito fado, tango e outros ritmos internacionais.
Pergunta: Como você faz para escolher o seu
repertório?
Thelmo Lins: Às
vezes brinco que o repertório me escolhe, ao invés de eu escolhê-lo. Digo isso,
porque nos projetos de poemas musicados – Drummond, Cecília Meireles e
Henriqueta Lisboa – o método de trabalho partia da escolha dos poemas e,
posteriormente, do seu envio para que os compositores fizessem as músicas. Aí, poderia
acontecer de tudo, inclusive música que não tinha nada a ver com o meu jeito de
cantar. Por isso, acostumei a ser flexível no repertório e, por muita sorte,
sempre trabalhei com compositores e músicos de alto nível, que nunca me
decepcionaram. Muito pelo contrário, me surpreenderam. “Encontro dos Rios”, que
é um disco de compositores itabiritenses, tive que escolher entre mais de 200
canções. “Nada Será Como Antes” restringimos o repertório aos discos do Clube
da Esquina gravados entre 1972 e 1978 – e confesso que não foi nada fácil
também. No caso do projeto do Pirulito da Vila, a admiração pelas canções dele veio
antes da decisão de fazer o CD. Então, ficou fácil escolher o repertório de
“Samba Sambá Sambô” (ouça o CD em www.thelmolins.tnb.art.br),
porque tudo que ele produz é de alta qualidade. Mas posso resumir que o
repertório muitas vezes é escolhido pela letra ou poema da música. Pelo que as
palavras têm a dizer. Elas, mesmo que sejam escritas por autores como Fernando
Brant, Ronaldo Bastos, Márcio Borges e os poetas que mencionei, acabam
resumindo o que eu quero dizer naquele momento.
Pergunta: A experiência do show é diferente da
experiência do disco?
Thelmo Lins: Sim, totalmente.
No show (ou no caso da peça teatral infantil “O menino poeta”) o repertório tem
outra tradução, presta-se a novas leituras, observações e avaliações. Isso
porque o público está ali presente. Para mim, que comecei a carreira no teatro,
a performance é a tradução mais completa do meu trabalho. Mas, o recanto do
estúdio, onde podemos burilar cada nota, aperfeiçoar o canto, construir um novo
projeto, é delicioso. Eu adoro gravar. Acho que são os momentos mais felizes e
plenos da minha carreira.
Pergunta: Você poderia nos contar quais são os seus
projetos atuais e seus planos para os próximos anos?
Thelmo Lins: Para
2012, estou planejando dar continuidade ao projeto de divulgação do CD e show
“Samba Sambá Sambô”, realizando performances em Belo Horizonte e outros estados
brasileiros. Trabalho para conseguir recursos, por meio das leis de incentivo,
para isso. Já o musical “O menino poeta” tem quatro apresentações agendadas para
maio e junho nas cidades de Nova Lima, Itabirito, Três Corações e Mariana e pretendemos
ampliar a turnês para Juiz de Fora, Governador Valadares, João Monlevade, entre
outras cidades mineiras (acompanhe o projeto em www.twcultural.blogspot.com).
Pretendo produzir, ainda, um espetáculo em homenagem a Telê Santana, que está
em fase de captação de recursos. A peça, que é um musical, tem previsão de
estreia para 2013, tendo em vista a Copa de 2014. E, para finalizar, pretendo
entrar no estúdio no próximo ano para gravar um CD comemorativo dos meus 30
anos de carreira, que está em fase de preparação.
Como apresentador do programa Arte no Ar |
Pergunta:
Para finalizar, gostaria que falasse um pouco da sua nova experiência como
apresentador de TV.
Thelmo Lins: Pois
é, foi uma destas surpresas que a vida de vez em quando nos prega. Recebi, no
início deste ano, um convite para ser o novo apresentador do programa Arte no
Ar, da TV Horizonte. O programa existe há mais de um ano e tinha a apresentação
do Leo Rabello (banda Dominus), que foi convidado a apresentar outro programa
em São Paulo, para a Rede Vida. Arte no Ar tem o foco na música, seja ela
produzida por nomes já consagrados da cena mineira quanto os novos artistas.
Pretendemos, com o tempo, também convidar artistas de projeção nacional para
participar. Já gravamos, até o final de março, oito programas, com artistas
como Titane, Elisa Paraíso, Sonia Gargíulo, Grupo Toca de Tatu, a banda Odilara
e cantores dos musicais de Belo Horizonte (acompanhe em www.themolinsnoartenoar.blogspot.com).
Mas a estreia aconteceu no dia 7 de abril, em pleno sábado de Aleluia. O
resultado está agradando aos produtores da televisão e aos artistas que já
passaram por lá. Espero que o público aprove!
Conheça também:
www.itabiritocultural.com.br
(site administrado por Thelmo Lins para divulgar os artistas de sua terra
natal)
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