domingo, 13 de maio de 2012

Thelmo Lins fala sobre sua carreira e como pretende comemorar seus 30 anos de trajetória artística em 2013


Thelmo Lins e o pianista Danilo Abreu (foto de Mary Lane Vaz)


Recentemente, Thelmo Lins foi entrevistado pela Revista Pullsar, via e-mail. Mas as respostas foram editadas e não reproduziram todas as informações do cantor. Este blog publica o texto em sua totalidade. Na entrevista, Thelmo Lins fala de sua carreira, que completa 30 anos em 2013, e seus projetos futuros.

Pergunta: Você completa 30 anos de carreira em 2013, como foi essa trajetória?

Thelmo Lins: A marca de 30 anos deve-se ao meu início no teatro, como ator, em 1983. Comecei pelas mãos da Oficina de Teatro do Pedro Paulo Cava e, em seguida, participei do Grupo Experimentando o Palco e de várias montagens. Na música, meu primeiro show solo foi em 1992 (portanto, há 20 anos). Mas somente em 1999, eu produzi meu primeiro CD, “Nada Será Como Antes – Canções do Clube da Esquina”, ao lado dos cantores Graziela Cruz, Regina Milagres e Wagner Cosse. Em 2000, gravei o primeiro solo, “Encontro dos Rios”, que teve a participação especial de Elza Soares. Três anos depois, veio o CD “Thelmo Lins Canta Drummond”, um trabalho muito importante na minha carreira, que rendeu prêmios e grandes reportagens em jornais de circulação nacional (ouça o CD no site www.cantadrummond.tnb.art.br), e contou com a participação especial de Maria Bethânia. A projeção dos poemas musicados de Drummond foi o embalo para produzir meu próximo CD, “Cânticos”, ao lado do cantor Wagner Cosse. No repertório, os poemas de Cecília Meireles musicados por Fatima Guedes. Todas as canções deste projeto, como o projeto drummondiano, foram compostas especialmente para nós. “Cânticos” também rendeu muitas críticas positivas e as participações especiais de Nana Caymmi e Fatima Guedes. Em 2010, lancei (também com o cantor Wagner Cosse) o infantil “Trá-lá-lá-lá-li Trá-lá-lá-lá-lá – Poemas Musicados de Henriqueta Lisboa”. O CD gerou o musical “O menino poeta”, que foi o meu retorno ao meio teatral. A peça, que estreou em 2010 e ainda está em cartaz, ganhou vários prêmios, inclusive o Troféu SESC SATED de Melhor Trilha Sonora do teatro mineiro – o que muito nos honrou. Por fim, em 2011, lancei o meu mais recente CD, “Samba Sambá Sambô”, que traz no repertório as músicas do compositor Pirulito da Vila, um dos mais relevantes talentos do samba mineiro. Todos esses trabalhos foram acompanhados de shows, programas de TV e turnês que viajaram por seis estados brasileiros.

A estreia no teatro, em 1983
 
Com Wagner Cosse, no musical infantil O Menino Poeta




Pergunta: Quais são as principais influências na área musical?

Thelmo Lins: Acredito que a maior influência seja Maria Bethânia, uma cantora a quem eu aprendi a admirar pela qualidade de seu repertório, pela sua postura de palco e em relação à vida cultural brasileira. Mas também admiro a música popular brasileira, desde a velha guarda (Elizeth Cardoso é minha cantora favorita) até os talentos que estão começando agora. Gal Costa, Elis Regina, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Elza Soares, Quarteto em Cy, Gilberto Gil, Tom Jobim, Chico Buarque com certeza estão nessa lista. Também adoro jazz e sou fã de Tony Bennett, Liza Minelli, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan... A lista é enorme! Ultimamente tenho ouvido muito fado, tango e outros ritmos internacionais.

Pergunta: Como você faz para escolher o seu repertório?

Thelmo Lins: Às vezes brinco que o repertório me escolhe, ao invés de eu escolhê-lo. Digo isso, porque nos projetos de poemas musicados – Drummond, Cecília Meireles e Henriqueta Lisboa – o método de trabalho partia da escolha dos poemas e, posteriormente, do seu envio para que os compositores fizessem as músicas. Aí, poderia acontecer de tudo, inclusive música que não tinha nada a ver com o meu jeito de cantar. Por isso, acostumei a ser flexível no repertório e, por muita sorte, sempre trabalhei com compositores e músicos de alto nível, que nunca me decepcionaram. Muito pelo contrário, me surpreenderam. “Encontro dos Rios”, que é um disco de compositores itabiritenses, tive que escolher entre mais de 200 canções. “Nada Será Como Antes” restringimos o repertório aos discos do Clube da Esquina gravados entre 1972 e 1978 – e confesso que não foi nada fácil também. No caso do projeto do Pirulito da Vila, a admiração pelas canções dele veio antes da decisão de fazer o CD. Então, ficou fácil escolher o repertório de “Samba Sambá Sambô” (ouça o CD em www.thelmolins.tnb.art.br), porque tudo que ele produz é de alta qualidade. Mas posso resumir que o repertório muitas vezes é escolhido pela letra ou poema da música. Pelo que as palavras têm a dizer. Elas, mesmo que sejam escritas por autores como Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Márcio Borges e os poetas que mencionei, acabam resumindo o que eu quero dizer naquele momento.

Pergunta: A experiência do show é diferente da experiência do disco?

Thelmo Lins: Sim, totalmente. No show (ou no caso da peça teatral infantil “O menino poeta”) o repertório tem outra tradução, presta-se a novas leituras, observações e avaliações. Isso porque o público está ali presente. Para mim, que comecei a carreira no teatro, a performance é a tradução mais completa do meu trabalho. Mas, o recanto do estúdio, onde podemos burilar cada nota, aperfeiçoar o canto, construir um novo projeto, é delicioso. Eu adoro gravar. Acho que são os momentos mais felizes e plenos da minha carreira.

Pergunta: Você poderia nos contar quais são os seus projetos atuais e seus planos para os próximos anos?

Thelmo Lins: Para 2012, estou planejando dar continuidade ao projeto de divulgação do CD e show “Samba Sambá Sambô”, realizando performances em Belo Horizonte e outros estados brasileiros. Trabalho para conseguir recursos, por meio das leis de incentivo, para isso. Já o musical “O menino poeta” tem quatro apresentações agendadas para maio e junho nas cidades de Nova Lima, Itabirito, Três Corações e Mariana e pretendemos ampliar a turnês para Juiz de Fora, Governador Valadares, João Monlevade, entre outras cidades mineiras (acompanhe o projeto em www.twcultural.blogspot.com). Pretendo produzir, ainda, um espetáculo em homenagem a Telê Santana, que está em fase de captação de recursos. A peça, que é um musical, tem previsão de estreia para 2013, tendo em vista a Copa de 2014. E, para finalizar, pretendo entrar no estúdio no próximo ano para gravar um CD comemorativo dos meus 30 anos de carreira, que está em fase de preparação.


Como apresentador do programa Arte no Ar

Pergunta: Para finalizar, gostaria que falasse um pouco da sua nova experiência como apresentador de TV.

Thelmo Lins: Pois é, foi uma destas surpresas que a vida de vez em quando nos prega. Recebi, no início deste ano, um convite para ser o novo apresentador do programa Arte no Ar, da TV Horizonte. O programa existe há mais de um ano e tinha a apresentação do Leo Rabello (banda Dominus), que foi convidado a apresentar outro programa em São Paulo, para a Rede Vida. Arte no Ar tem o foco na música, seja ela produzida por nomes já consagrados da cena mineira quanto os novos artistas. Pretendemos, com o tempo, também convidar artistas de projeção nacional para participar. Já gravamos, até o final de março, oito programas, com artistas como Titane, Elisa Paraíso, Sonia Gargíulo, Grupo Toca de Tatu, a banda Odilara e cantores dos musicais de Belo Horizonte (acompanhe em www.themolinsnoartenoar.blogspot.com). Mas a estreia aconteceu no dia 7 de abril, em pleno sábado de Aleluia. O resultado está agradando aos produtores da televisão e aos artistas que já passaram por lá. Espero que o público aprove!

Conheça também:
www.itabiritocultural.com.br (site administrado por Thelmo Lins para divulgar os artistas de sua terra natal)

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